Internet das coisas, computação em nuvem, inteligência artificial, automação, troca de dados. Todos esses termos se referem às inovações tecnológicas que surgiram recentemente. Podem ser aplicadas em várias áreas e setores. Mas quando utilizadas de forma interligadas, sustentam o conceito de indústria 4.0.
Essa é uma realidade cada vez mais presente nas indústrias brasileiras. Pelo menos é o que aponta um levantamento feito pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). A pesquisa mostra que nos últimos dois anos passou de 63% para 73% o percentual das grandes empresas que utilizam tecnologias digitais. Além disso, 48% das indústrias brasileiras pretendem investir em tecnologias voltadas para a indústria 4.0.
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Como os especialistas afirmam, esse é um conceito criado em alusão à 4ª revolução industrial que traz as principais inovações da tecnologia da informação na área da manufatura. Mas esse não foi um processo rápido. Antes disso, a inserção de outras melhorias, tecnologias e processos serviram para dar suporte e revolucionar a forma de trabalho que temos hoje na indústria. Por volta de 1760, a mecânica marcou o início da primeira revolução, com o aprimoramento das máquinas. Depois, os avanços na elétrica, com a utilização de aço, energia e motores elétricos, combustíveis derivados do petróleo e criação de alguns meios de comunicação, marcaram a segunda revolução. Anos mais tarde, por volta de 1970, o início da automação fez surgir terceira revolução. Assim deu espaço para o avanço da eletrônica, dos sistemas computadorizados e robóticas para manufatura.
Hoje, a 4ª Revolução Industrial reúne todos esses aprimoramentos e vai além. São avanços como a Inteligência Artificial, Big Data, sistemas cyber-físicos, aplicações da internet das coisas, e processos de manufatura descentralizados que marcam o início dessa nova era.
E como isso reflete no dia a dia das empresas? Com todas essas possibilidades colocadas em prática, cada vez mais os processos de produção se tornam customizáveis, autônomos e eficientes. Assim, conseguem criar redes inteligentes e automatizadas para conectar máquinas, sistemas e recursos humanos em todas as etapas e setores. Mas para a indústria 4.0 se desenvolver é preciso seguir alguns princípios.
Princípios da indústria 4.0
Uma das principais características das chamadas fábricas inteligentes, que conectam e descentralizam seu serviço, é a autonomia. Para que isso aconteça de fato, seis princípios devem ser identificados.
1 – Operação em tempo real
A possibilidade de extrair e acompanhar dados em tempo real permite que a tomada de decisões seja feita quase que instantaneamente. Este reflexo imediato será fruto da utilização conjunta da internet das coisas, do uso de dados da empresa e um sistema de gestão eficaz.
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2 – Virtualização
Essa é uma proposta para que todas as fábricas inteligentes tenham uma cópia virtual. Ou seja, que todos os processos realizados possam ser compilados, rastreados e monitorados remotamente. Para isso acontecer, além de inúmeros sensores espalhados pela empresa, é preciso investir em uma equipe qualificada para analisar os dados captados.
3 – Descentralização
Com o envio de informação em tempo real, cada gestor pode estabelecer seus critérios para acompanhar os processos e tomar decisões conforme as necessidades específicas das etapas de produção. Além disso, ao mesmo tempo que as máquinas recebem comandos para executar, podem enviar informações do trabalho que executam. Assim, de forma inteligente, cada módulo da empresa pode trabalhar descentralizado e emitir dados próprios sobre custos, capacidade produtiva e tempo ocioso das máquinas.
4 – Orientação a serviços
Esse é uma definição empregada aos softwares em que as aplicações são orientadas a serviços. Está aliada ao conceito de Internet of Services, quando disponibiliza e gera serviços atrelados à internet das coisas. Em termos práticos, é uma forma de arquitetura de software que trabalha por serviços ou microsserviços, como é mais conhecida. Por ser descentralizada, se um serviços cai, os demais continuam seu processos normalmente, diminuindo impactos de custos com sistema, máquinas e mão de obra paradas.
5 – Modularidade
Quando as empresas produzem de acordo com a demanda estão colocando em prática o conceito de modularidade. Isso porque executam o acoplamento e desacoplamento dos módulos de produção. Com essa possibilidade, fica mais fácil alternar as tarefas que as máquinas executam. Assim, se adaptam à sazonalidade do negócio e podem realizar apenas as etapas que forem necessárias àquele momento da produção.
6 – Interoperabilidade
Quando a internet e a internet das coisas entram em cena no processo de produção, elas permitem a interoperabilidade. Isso quer dizer que elas possibilitam uma comunicação constante entre os sistemas cyber-físicos, as máquinas e os responsáveis pela produção. O que pode ser feito a partir de qualquer lugar e por dispositivos diversos.
Pilares que sustentam a indústria 4.0
Com todos os princípios que mencionamos anteriormente colocados em prática para dar suporte à indústria 4.0, alguns pilares que sustentam essa revolução atual já podem ser identificados. Entre eles, os que citamos a seguir.
Internet das coisas
Identificada como IoT, a internet das coisas é a conexão entre uma rede física e as máquinas a partir de dispositivos eletrônicos. Com ela os sistemas cyber-físicos auxiliam na coleta e troca de dados para a criação de soluções inteligentes.
Big Data
Quando aplicada à indústria 4.0, a tecnologia de Big Data está fundamentada nos 6 Cs: conexão (rede industrial), cloud computing (nuvem), cyber, conteúdo, comunidade (compartilhamento de dados) e customização. Todas essas características permitem que o software colete dados para serem analisados e gerenciados com mais assertividade. Assim, podem ser transformados em informações relevantes para o negócio.
Segurança
Talvez um dos principais desafios da quarta revolução industrial seja a segurança cibernética. Afinal, com a proposta de processos quase que totalmente conectados e integrados à internet, proteger dados é essencial. Por isso é importante atenção para evitar ou minimizar falhas na comunicação entre máquinas. Além, é claro, da criação de procedimentos de TI para garantir redes seguras e preservar os dados da empresa.
Sua empresa está preparada para a 4ª revolução?
Com o mercado cada vez mais exigente, os impactos da indústria 4.0 vêm para atender à integração dos produtos e serviços às necessidades da empresa e preferências dos consumidores. Assim, novos modelos de negócio surgem, com possibilidade de customizações e adaptações ao que o público deseja.
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Além das máquinas, os profissionais terão que se adaptar a estes novos processos automatizados. Mas não é somente à mão de obra que essa mudança se refere. A formação multidisciplinar será cada vez mais valorizada entre os profissionais de TI. Isso porque as demandas em pesquisa e desenvolvimento já estão exigindo especialistas que compreendam toda, ou grande parte, da variedade de tecnologias que compõem as fábricas inteligentes.
Para encarar essa revolução, talvez a maior pergunta a ser feita seja: como começar? São diversas tecnologias que estão agregando à área produtiva e a maioria delas não faz parte desse processo. Menos ainda, são vistas como estratégicas para a área de TI em conjunto com o chão de fábrica. Talvez por isso, o maior impacto nessa área é conseguir integrar equipamentos aos softwares para obter ganhos como previsibilidade de manutenção, paradas, aumentos de temperaturas, trocas de peças e produtividade.
Esse, sem dúvida, é o pontapé inicial para toda a revolução tecnológica que pode vir através dessas mudanças. Provavelmente, será também o que vai gerar maior ganho. Visto que a regra número um de uma fábrica é ser o mais produtiva possível em determinado espaço de tempo e sem paradas não programadas. Com esse controle, o ganho sobre produtividade gera retornos enormes para as empresas.
Diante de todas essas inovações e perspectivas que a tecnologia da informação produz, você consegue avaliar se sua empresa está preparada para se adaptar à nova revolução?