Home Office: até quando? Diretor da Kbase fala sobre os desafios do trabalho remoto

Passados mais de 60 dias que estamos com todos os nossos colaboradores exercendo suas atividades de maneira remota, vem a pergunta: até quando vamos ficar no modelo home office? Parece que não temos essa resposta ainda.
A pergunta mais frequente nesse momento é se podemos ficar o resto de nossas vidas assim. Parece drástico né? Mas acredito que devemos fazer essa reflexão sem pestanejar, com a frieza que as decisões racionais exigem.
Se adaptando a uma nova forma de viver
Com a repentina chegada do COVID-19, a sociedade inteira entrou em um processo de adaptação.
Por um lado estamos nos desafiando a cada dia com uma nova forma de viver as nossas vidas, mas por outro temos o desconforto de ter uma quantidade enorme de dúvidas sobre o futuro.
E aqui lidamos com a incerteza, essa inimiga invisível que tem ganhado um espaço cada vez maior em nossos pensamentos.
E além disso, a frustração de ter começado o ano com ótimas expectativas. Janeiro e fevereiro nos mostravam belos sinais, mas então chegou março, o mês que iniciaria 2020 para aqueles que acreditam que o ano só começa depois do carnaval. E ao invés disso fomos surpreendidos com um novo começo, de um novo estilo de vida.
O que para nós significou uma busca ao desapego, pois foi grande o desafio de quebrar a cultura de anos com o trabalho presencial. Mas pelo bem-estar das pessoas, colocamos a empresa inteira em Home Office.
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Com as poucas experiências de trabalho remoto, foi preciso trabalhar a confiança e redefinir a percepção de que os resultados são abaixo em comparação com a produtividade presencial. Antes de tudo, foi preciso entender que o verdadeiro problema estava na falta de controle.
Superando desafios que acompanham grandes mudanças
O primeiro passo foi entender as dúvidas e preocupações, começamos essa busca juntando praticamente todas as áreas da empresa. Desse modo, levantamos seis questões:
- Formas de realizar a gestão das pessoas e suas atividades;
- Estabelecer comunicação periódica entre time e gestão;
- Organizar pessoas considerando disponibilidade para as atividades de trabalho, pensando também nos momentos de lazer. Porque em confinamento é obrigatório mexer o corpo;
- Infraestrutura: liberar acessos remotos, equipamentos e também o ponto mais complexo na questão local onde o colaborador realizaria as suas atividades, porque não temos ação sobre este tema;
- Entender os reflexos do distanciamento social dentro do ambiente de trabalho e da rotina.
- Processo de desenvolvimento: “como desenvolver pessoas apesar da distância física?”
A partir desses pontos encontramos algumas respostas para estruturar um processo.
Planejamento, colaboração, comunicação e controle
Após a estrutura do planejamento, agimos na inserção de pontos de acompanhamento e controle nos processos:
- Agendamento de reuniões diárias para todas as áreas (formalizado e programado);
- Organização das plannings, daylis, reviews e retros com horários pré-definidos com o conhecimento e participação de todos;
- Criação de documento com orientações e processos para realização do home office;
- Contato constante (diário) com as pessoas durante todos os processos, para entender como cada um sente este novo formato de trabalho e atuação.
A participação da Gestão de Pessoas, Marketing e Administração foi fundamental para elaboração do planejamento. Além disso, contamos com o apoio da nossa consultoria de gestão externa alertando para o acompanhamento próximo das pessoas.
Como principal resultado dessas ações, vemos uma equipe dedicada que surpreendeu a cada entrega de projeto. Percebemos que apesar de fisicamente distantes, estamos ainda mais conectados.
*Michael Tatsch, sócio-diretor da Kbase.
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